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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Resenha: Angles



Regredindo há exatamente 10 anos atrás o mundo já se deliciava com o debut de uma banda que viria a ser uma das mais influentes do século XXI e porque não ousar em dizer dos próximos anos? O legado que a banda nova yorkina formada por Julian Casablancas construiu é irreparável, principalmente para o Indie Rock propriamente dito. Ainda em datas, 2006 foi o ano escolhido para começar o hiato da banda. Três anos depois, em 2009, quando recebeu o título de banda mais influente da década de 2000 pela NME, voltaram aos estúdios para gravar seu 4º álbum de inéditas, o Angles.

Ao conferir esse resultado que veio a ser lançado no ano presente de 2011, uma pergunta deve ser feita mentalmente: “O que eu espero ouvir?” Se a resposta for, algo similar aos álbuns anteriores, então, Under Cover Of Darkness foi feita sob medida. Algo inovador, se for essa a resposta, caiu dentro do conceito do Angles. É claro o esforço por parte dos integrantes para fazer algo de inovador, com um ego confortado pelo imenso hype que possuem, o resultado não podia ser diferente. Um álbum decepcionante.

A tentativa de inovação vem logo na primeira faixa. Machu Picchu é bem sucedida, longe de ser um expoente do álbum, o balanço reggae contido na música já nos deixa claro a influência oitentista do álbum. O primeiro Single da banda, Under Cover Of Darkness foi bem recebido. Não saindo da zona de conforto, a música nos remete a sonoridade dos álbuns anteriores, o que faz dela, o grande hit do álbum. Two Kinds Of Happiness passa um pouco despercebida. O ritmo dos anos 80 se faz presente novamente.

You’re So Right com seu ritmo hipnótico mostra a influência New Wave do disco, o que faz parecer que ao invés da sonoridade setentista do primeiro álbum, a banda procura adicionar esse teor oitentista para o álbum. Taken For A Fool nos da a sensação de que nem tudo está perdido. Outra faixa que nos remete aos primórdios da banda, soa bem do começo ao fim. Games é forçada e fora do contexto. Call Me Back estampa agora, influências da bossa nova. É uma faixa gostosa de ser ouvida, mas nada memorável.

Gratisfaction tem cara de single, no contexto em que está inserida é triste dizer que é uma das melhores faixas, o que não a faz, uma ótima música. Metabolism vem acompanhada de boas guitarras, a única coisa relevante da faixa. Life Is Simple In Moonlight encerra o álbum de forma agradável. Uma boa faixa de um álbum não tão bom assim. Fato que até os membros da banda perceberam prometendo um próximo álbum ainda esse ano, sem mencionar a falta de ânimo da banda ao se apresentar nos gigantes festivais afora.

O The Strokes com o Angles nos mostra mais uma vez como se reconfortar no hype pode não ser um bom plano. Vimos isso acontecer com o Suck It And See e agora com o Angles, duas bandas, talvez as que mais desfrutaram do hype na década passada, juntamente com Coldplay, The Libertines e outras bandas. O que nos faz martelar em nossas mentes, o hype de uma banda é bom porque da visibilidade para o talento da banda, mas em contrapartida até onde isso agrada ao ponto de refletir nos trabalhos?

Qual sua opinião sobre o Angles?

3 comentários:

Acho que tirando todos os rotulos que pode se dar a uma banda, e levando em conta que um grupo musical deve inovar a cada trabalho, Angles foi um puta de um álbum, começando por novos instrumentos e uso de uma segunda voz. A única critíca e ainda sim, saudável, que eu posso dar é que ele nao tem nexo, as musicas (ainda que boas) estão meio que jogadas.. anyway, Strokes é Strokes.

Eu, com certeza, esperava por algo diferente. Durante o hiato da banda, os músicos passaram por experiências solo e era inevitável que isso influenciaria qualquer trabalho novo do Strokes. Eu sinto muita influência, principalmente do Phrazes For The Young (disco solo do Casablancas). Angles soou estranho pra mim a primeira ouvida. Deixei ele lá, quietinho por um tempo e voltei a escutar. Cada vez que ouço, gosto um pouco mais (aconteceu exatamente a mesma coisa com o Phrazes, agora escuto dia sim e dia tbm haha). Na minha opinião, é um disco bom. Também levando em consideração a maneira como ele foi 'concebido' e da troca de produtores... Seria ingenuidade esperar por algo igual a Is This It, até pq os meninos cresceram, amadureceram, e, obviamente, isso influencia na música. Mas ao que me parece, eles estão tão empolgados quanto os fãs para o próximo álbum. Acredito que venha algo muito bom aí!

@tachasan

Bom, concordo com os comentários acima. Já não esperava nada parecido com o Is This It. Se bem que se fosse, eu acharia muito bom. Meu gosto se aproxima mais do Is This It, e afinal, quem fez o Is This It uma vez, pode fazê-lo de novo. Mas heis a pergunta: eles querem fazer outro Is This It? Acho, apenas acho, que a resposta é não. Tratei o Angles como um "novo começo" para uma banda que estava muito tempo em hiato. Se o Is This It foi um belo começo, o Angles, mesmo não me satisfazendo tanto, foi um belo recomeço. Enfim, pra quem queria "mais do mesmo", uma decepção, pra quem queria boa música, mais um belo álbum. Deixando bem claro: MINHA OPINIÃO.

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