Lizzy Grant precisava de um nome, então juntou o nome de uma velha atriz de Hollywood, Lana Turner com o automóvel Ford Del Rey. Lizzy virou Lana Del Rey. O nome mudou, e sua imagem também. Para incorporar o nome retrô que tinha adotado como pseudônimo para sua carreira, Lizzy mudou drasticamente su aparência. Cuidou impecavelmente de seu cabelo, seus lábios sem graças, deram lugar a volumosos lábios salientes...
A transformação havia sido feita. Pouco a pouco, músicas dessa artista misteriosa estavam aparecendo, como essas que estão no post. Ascensão imediata. Milhares de pessoas cairam em suas graças. As letras bem elaboradas falando de amor, o clipe com uma pegada retrô bem forte, e o visual da moça meio oitentista parecia a fórmula perfeita para o sucesso.
Várias músicas pelas redes e pouquissimas informações. Nenhuma entrevista, nenhuma apresentação, o mistério era excitante. Ver aquela mulher, que mal sabíamos o seu nome, com aquela aparência, clipes gostosos de se ver, e melodias suaves... Oh! Era o céu.
O mistério foi sendo quebrado. Algumas apresentações, uma ou duas entrevistas, descobrimos como era sua voz quando não estava fazendo esforços vocais para emitir sons divinos em suas músicas. Com o sucesso grandioso as críticas começaram a efervescer, inúmeros blogs dizendo que toda a trajetória da pequena Lizzy fora manipulada por seus advogados, agentes e empresários... pobre Lana.
Era tudo minunciosamente especulado, até a maneira como ela falava nas entrevistas, os blogs tacharam ela como FAKE, produto de gravadora para se obter sucesso comercial. A aparência vintage, o botox, o apelo sensual sútil, o clima retrô nos clipes, a suavidade que conquista a todos... estavam céticos, não queriam acreditar em outra coisa. Mas ainda sim, a ouviam.
Aqui, eu chego no ponto primordial da discussão. Estipulou-se uma ideia de arte que é aceitável apenas se for imanente, vier sem pretensões e ser pura. O conceito de "puro" exclui qualquer e toda arte comercial, "o que é feito para vender não nos agrada, já é predestinado, o que temos que fazer é nossa obrigação: gostar e comprar", pensamentos adornianos, uma sociedade de cultura elitista.
Por mais que as queixas tenham um minimo de sentido, creio que a arte não deve ser totalmente desconsiderada pelo caminho que toma. É um detalhe, basta ter mente aberta, e isolar os fatores. A música da Elizabeth Grant/Lizzy Grant/Lana Del Rey, é excepcional, sua aparência mais ainda, isso é fato. O caminho que ela percorreu até esse ponto é importante, mas não primordial.
Deixo aqui meu desabafo.
Cheers.
1 comentários:
Concordo. Acho uma bobeira as pessoas acharem artistas ruins porque "são pretensiosos". Pô, não existe ninguém que comece uma carreira sem pretensão!
E tudo bem que ela é rica, que ela anuncia o álbum dela que nem louca, que ela tem uma imagem impecável e fez cirurgias plásticas. Isso não importa! O que importa é a música que ela faz, e que no caso é boa pra caramba, além de ser talentosa (tirando as apresentações aos grandes públicos quando ela fica nervosa demais, rs) Esses julgamentos pela aparência só comprovam ainda mais o quanto a sociedade é hipócrita.
Muita gente fica de frescura querendo criticar tudo o que parece comercial, e acaba fazendo críticas cegas.
Postar um comentário