Vídeos

terça-feira, 12 de julho de 2011

Resenha: Hot Fuss

2011 - Island. Nota: 8.9


The Killers já foi descrita como a nova cara do Rock Mundial, suas guitarras potentes, um vocalista em apogeu constante e algumas pitadas eletrônicas são características fortes da banda de Las Vegas – Nevada. Formada em 2002 por Brandon Flowers (vocal), Dave Keuning (guitarra), Mark Stoermer (baixo) e Ronnie Vannucci  (bateria) são ícones máximo do Rock Alternativo.

Hot Fuss é o álbum de estreia da banda, o mais bem sucedido e o melhor em minha humilde opinião. Lançado em junho de 2004 o debut teve ótimas criticas chegando a ser citado no livro 1001 Álbuns Para se Ouvir Antes de Morrer”. 
  
Pois bem, o disco contendo 11 faixas tem seu inicio que faz apologia ao nome da banda por conter uma história. “Jenny Was A Friend Of Mine” faz parte da Trilogia da Morte (pequena história sobre um assassinato contada em três músicas) o que se faz bem explicito no titulo, Jenny era, não é mais. Ouvimos efeitos eletrônicos logo no começo seguido por hélices de helicóptero, a voz do Brandon se faz ora calma, ora gritada, o baixo é bem destacado e a guitarra permanece nesse clima de quase agressividade acompanhada pelos altos e baixos do vocalista. Nos versos da música vemos um homem cansado de afirmar que não havia matado Jenny, porque ela era sua amiga: “Não há motivo para esse crime/Jenny era minha amiga”. A música do começo ao fim nos dá a sensação de um depoimento policial (que parece ser óbvio) essa ideia fica mais forte nos trechos: “Eu conheço os meus direitos, eu estou aqui o dia inteiro e/ Já é hora de eu ir, então avise-me se está tudo bem/ Eu simplesmente não aguento mais, eu juro que te disse a verdade”.  Uma ótima música de inicio de um ótimo álbum.

Impossível ouvir Jenny Was a Friend Of Mine” e ao chegar ao final não vir acompanhada pelas guitarras de “Mr. Brightside”. Música obrigatória em todas as baladas alternativas, essa música se faz peça chave do álbum, é aquela música que todos já ouviram (talvez por ter tocado no seriado americano The Oc). A introdução é doce e suave, ao ouvi-la é impossível não imaginar Dave Keuning dedilhando o solo na guitarra e se conter para não aumentar o volume para ouvir Brandon cantando a história de um cara que foi traído: “Agora eles vão para a cama/ E Meu estômago está doendo”, “Mas ela está tocando o peito dele/Agora, ele tira o vestido dela.” O clipe também é fantástico, inspirado no filme preferido do vocalista Brandon Flowers (Moulin Rouge) o clipe tem aquele ar burlesco e retrata fielmente a letra da música. Ao ouvir a música fica difícil não associar aos primeiros e desastrosos concertos da banda. Mr. Brightside foi um dos maiores sucessos da banda, completamente merecido, música sensacional.

Está na hora de deixarmos a agitação um pouco de lado, “Smile Like You Mean It” está tocando. A terceira faixa do disco nos dá a certeza da homogeneidade do disco vindo com uma balada gostosa para os ouvidos. Brandon começa a música com seu teclado em volume crescente acompanhado pela guitarra de Dave, o baixo se faz outra vez bastante destacado enquanto a bateria embala a canção. Ao ouvir essa música o clima de nostalgia vem de imediato, afinal faz sete anos que o álbum foi lançado. E é propriamente esse clima nostálgico destacado nos versos da canção: “E alguém está chamando pelo meu nome/ Do fundo do restaurante/ E alguém está brincando/ Na casa que eu cresci”. Ao ouvir esses trechos, as lembranças de nossas infâncias nos acompanham deliciosamente assim como os backing vocals, que soam apetitosos aos nossos ouvidos. O solo de guitarra provoca arrepios, assim como o clipe que tem uma pegada nostálgico-fantasmagórica. Outra música bastante conhecida não somente pelos fãs da banda, mas também pelos admiradores da boa música.

Saímos de uma balada gostosa para uma música totalmente agressiva, uma explosão de instrumentos que formam o principal hit da banda “Somebody Told Me”. Os arranjos de bateria se destacam, a guitarra brilha soberana, e o baixo dá o must da música, harmonia perfeita que resulta uma música empolgante do começo ao fim. A letra da música retrata um homem tentando conquistar uma mulher, com uma pitada de humor o refrão diz: “Bem, alguém me disse/ Que você teve um namorado/Que parece uma namorada/Que eu tive em fevereiro do ano passado”. Na continuidade o homem sabe que as coisas não serão fáceis: “Eu disse que o paraíso não está perto em um lugar assim”. O clipe se passa em um deserto dos Estados Unidos, onde um telão e um Brandon performático se fazem presente. Essa talvez seja a música “cartão de visitas” da banda, conhecida por muitos, também indispensável em festas alternativas. HIT

O piano de “All These Things That I’ve Done” embala o começo da música até ser interrompido pelo baixo que leva a guitarra como companhia. A música a se julgar pelo começo pode parecer despretensiosa, o tipo de música embalada por um piano e guitarras sem distorção, mas a segunda balada do álbum nos faz querer cantar junto com o coral de igreja gospel americano o refrão marcante: “Eu tenho alma/ Mas não sou um soldado...” Indagado pelo sentido desse trecho Brandon deu uma explicação religiosa alegando que era como se ele tivesse uma vida, mas não fosse praticante. A composição ainda dá um ar de autoajuda nos trechos: “Pra estes homens/ Mentiras são pequenos e velhos pecados/ Enquanto todos estão perdidos/ A batalha é vencida...” O clipe assim como Mr. Brightiside conta com duas versões, uma inglesa e outra americana.

Um diferente ritmo de guitarra seguido por efeitos eletrônicos iniciam “Andy You’re a Star” onde Brandon mais uma vez escancara seu poder vocal ao gritar o trecho título da música. O ritmo segue calmo e misterioso, como se Brandon estivesse narrando uma história com um fundo musical. Na história em questão o personagem tenta elevar a autoestima de Andy a todo o custo No campo, eu me lembro, você era incrível”... “Nas ruas, um rosto tão bonito passeando pela cidade”. Os backing vocals se fazem quase ausentes em toda música embalando novamente algo parecido com um coral de igreja na última repetição do refrão.

Para exemplificar a diversidade de sonoridades presente no Hot Fuss On Top” soa totalmente eletrônica e entusiasmante. O que mais fica evidente em toda a música é realmente os eletrônicos trazendo uma bateria de acompanhamento bem discreta, assim como a guitarra que ganha todo seu espaço no solo. A letra nos faz pensar que se trata de uma rave quando cantam O dia está acabando, e nós ainda estamos aqui/ Seu corpo está agitado, e está claro”, “Nós estamos no topo/ É só uma dança e uma agitação, huh uh”. Música de balada alternativa, muito boa.

Mais uma música que nos convida como uma guitarra. Ouvir o começo de “Change Your Mind” com fones de ouvido é sensacional. Mais uma baladinha do álbum que é gostosa de ouvir. O baixo se faz audível e é bem marcado, talvez ele, o baixo, seja o astro da canção que trata de um cara tentando conquistar uma mulher “Então, se a resposta é não/ Será que posso mudar sua opinião?”. A música não tem altos e baixos se mantendo constante do começo ao fim. Destaque para essa estrofe “Somos todos iguais/ E o amor é cego/ O Sol se foi/ Antes de raiar...” que em inglês fica até mais bonito devido às rimas, uma ótima composição.

“Believe Me Natalie” vem com seu ritmo calmo e tranquilo que se mantém em toda a música. Ótima balada, letra muito boa. Uma introdução eletrônica que segue com os tambores para abrir essa faixa sensacional. Na letra, ele pede para que Natalie o ouça com atenção e esqueça o que os outros dizem Esqueça o que eles disseram em Soho/ deixe o "ah, não" de lado/ E acredite em mim, Natalie/ Escute-me, Natalie, escute-me/ Esta é... a sua última chance”. Tenho um apreço especial por essa faixa.

Mais uma sobre a Trilogia da Morte, Midinight Show” começa explosiva, com a bateria impecável de Ronnie. Efeitos eletrônicos se fazem presente ao fundo, e impossível não acompanhar Brandon ao gritar “I drive faster, boooooy...”. E depois abaixar a voz cantando If you can keep a secret...” Na música, Brandon quer levar a garota para um show a meia noite
Eu sei o que você quer/ Eu quero te levar a um show à meia-noite hoje”.
O curioso é que as músicas que fazem parte da Trilogia da Morte iria ganhar um musical de 25 minutos baseado no videoclipe de Thriller, a banda nunca mais tocou no assunto, ao que tudo indica o projeto foi abandonado, seria incrível...

Everything Will Be Allright” causa discórdias até entre fãs da banda, é a típica música que divide opiniões entre o ódio e o amor, e eu estou no time daqueles que a amam. Mais uma vez o eletrônico se faz bastante presente, o refrão repete bastante o título da música que aparentemente fala sobre um relacionamento conturbado “E bonequinha, eu sempre falei sério/ Você não precisa se comprometer”. Dave Keuning rasga um solo bem agudo para que a canção se acabe. A última música do álbum quebra bem esse ritmo dançante presente com esse ar de trilha sonora. Uma ótima música.
  

1 comentários:

Postar um comentário