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domingo, 17 de julho de 2011

Resenha: Suck It And See



Se o Arctic Monkeys se vendeu no Humbug, no Suck It And See a gente sabe pra que ramo foi...

Todo mundo conhece a trajetória dos meninos de Shefield, uma história de sucesso que por sinal é muito bonita, as formas de divulgação e o crescente hype em torno da banda. Álbuns bem sucedidos, recordes quebrados, legião imensa de fãs e os críticos aos seus pés, essas foram algumas conquistas do Arctic Monkeys.

A banda comandada por Alex Turner já começou por cima, com um debut que dispensa elogios e tirou Oasis do recorde de disco de estreia vendido mais rapidamente. Passou intacta pela maldição do segundo disco com um álbum tão bom, ou melhor, quanto o antecessor. E ai a maldição foi jogado pro terceiro álbum da banda que não foi bem aceito pelos fãs da banda.

No Suck It and See, quarto album da banda, os novos darling ingleses nos confude e decepciona, com um mix enorme de heterogeneidade que de primeira audição não se faz presente. Quando se ouve o álbum pela primeira vez parece que não sabemos quando uma música muda para a outra, nem o fade out nos ajuda a tirar a impressão do álbum ser uma grande faixa de aproximadamente 40 minutos.

She’s Thunderstorms foi escolhida para encabeçar o álbum, a música segue em um padrão calmo a música inteira. A primeira música do disco é bem desviante do estilo do álbum ao todo, com uma letra séria e melodia trabalhada quando ouvimos melhor esse trabalho logo temos uma boa impressão sobre o álbum.

Tal impressão é destruída completamente pela segunda faixa do disco que chega ser vergonhosa. Em Black Treacle Alex Turner embala os primeiros versos da canção de uma forma que se assemelha a de um cantor amador. À medida que se desenrola a canção fica mais interessante, com alguns versos de uma boa composição e ritmo bom, mais ainda sim, parece uma faixa incompleta.

Se o começo da segunda canção do disco causa certa vergonha, o sentimento não se esvai na terceira.  Faixa assumidamente com a intenção de ser hit, introdução rápida que já cai no refrão, assim é Brick By Brick. Faixa totalmente repetitiva e cansativa. O desinteresse da banda é visto mais uma vez ao repetir a frase I Wanna Rock ‘n’ Roll três vezes. Pra não falar que não salva nada, os riffs de guitarra do refrão são bons.



The Hellcat Spangled Shalalala é tiro certo no meio do alvo. Até aqui temos a impressão de que as baladas do álbum são o grande ápice, Shalala nos mostra isso. Seu ritmo é calmo até chegar ao refrão onde a elevação de voz do Alex entra em conjunto com os riffs de guitarra. A canção conta com uma boa letra mais por vezes temos a grande sensação de “filler” (termo usado em inglês que pode ser traduzido para “encheção de lingüiça”).



Voltando ao assunto do começo do post, Turner disse em entrevistas que esse álbum foi mais livre de interpretações e com mais piadas em suas letras, sim, nós percebemos pelo título Don’t Sit Down Cuz I’ve Moved Your Chair que se a banda foi vendida no terceiro álbum, no quarto sabemos que foi para o ramo humorístico. A letra da canção continua nesse clima engraçadinho, mas o instrumental não tem nada de piada... O primeiro single da banda conta com um instrumental ótimo, o baixo acentuado que é característica da banda se faz presente e o “ohhhh yeah yeah yeah” já pode ser imaginado em coro da boca dos fãs nos festivais e shows da banda.



Alex de Nóbrega Turner embala mais uma de suas frases aleatórias no começo de um dos principais expoentes do álbum: Library Pictures. I’m in a vest é a frase que começa a música que segue em um ritmo explosivo que ganha de cara o público. Lembram-se do descaso da banda com algumas canções anteriores? Ele parece estar de volta, o que nós faz pensar: Descaso ou falta de inspiração? Uma contagem decrescente de 10 a 0 é inserida na música, bom, se você não ouviu o disco e está lendo isso, a falta de um pensamento “que tosco” em sua cabeça é surpresa...

All My Own Stunts é séria e bem trabalhada, tanto o ritmo quando as letras são boas. O verso que da titulo a música quando cantado com a voz desacompanhada de instrumentos de Turner soa bem, ponto.
Olha aí o baixo marcante que se faz perceptível ai novamente em Reckless Serenade. A guitarra também está lá, gostosa de ouvir. A canção apesar de boa, bem instrumentada se faz tediosa por não ter um alto e baixo, fica na mesma até o fim da música. Talvez em termo de letras essa seja a principal expoente, a letra em si é o grande fator da música.

Já conhecíamos a próxima canção pelo EP solo do Alex Turner para o filme Submarine. Piledriver Waltz ganhou uma repaginada no álbum. Mais instrumentos inseridos e tirou o ar de música acústica que continha no EP. A letra é desconexa e o ritmo continua constante, no refrão temos mais uma vez a sensação de que Alex é um amador, o que é abafado pelo profissionalismo mostrado por Jamie Cook nos riffs de guitarra que são sem dúvidas o marco da música.

Love Is a Laserquest é uma ótima balada, o ritmo calmo, e os riffs de guitarra suaves ao fundo acompanhados por uma bateria marcada nos faz bem aos ouvidos. A voz do Alex baixa quase sussurrando os versos que por sinal brigam ao páreo de Reckless Serenade pelo título de melhor letra nos dá o clima de nostalgia perfeito. Destaque para o verso: “Or darling have you started feeling old yet? Don't worry, im sure that you're still breaking hearts, with the efficiency that only youth can harness.”

A faixa título está rolando. Assim que os primeiros segundos da música atingem aos meus ouvidos imagino de imediato essa música sendo tocada em um vinil. O clima nostálgico de Suck It And See  nos invade novamente, e a imaginação nos deixa aflorar também pela cena da multidão em coro cantando “Suck it and see you never know”.



E a frase proferida por várias pessoas ao ouvir um bom disco “e foi fechado com chave de ouro” não pode ser dita sobre That’s Where You Wrong a última canção que fecha o quarto trabalho dos macacos. A letra é boa, com algumas frases e palavras desconexas, o ritmo calmo e constante é o mesmo da primeira audição que da a sensação de uma música de 40 minutos.

Em resumo, Suck It And See é o maior mix da banda. Em 12 faixas temos misturas de ritmos frenéticos desconcertos com baladas sensacionais, o descaso e as piadinhas que depois dão lugar a letras bem elaboradas e significativas. Um álbum com grandes expoentes e também alguns fracassos que nos dão a sensação que com mais 3 meses no estúdios surgiria um álbum mais heterogêneo e mais levado a sério.

2 comentários:

Resenha perfeita. Já disse, né? HAHA Parabéns, Lucas. ;D

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